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A mostrar mensagens de 2010

CRIANÇA, pintura e poesia de Catarina Malanho Semedo música e voz do autor do blog

Flor em botão Que nasce sem querer Sem ter o poder De dizer que não Aceita sem jeito Tudo o que lhe dão Criança escuta Tu que entras na vida num choro-promessa De paz e amor E trazes no riso O milagre da dor O eco-mistério da criação Só tu Consegues ainda Mesmo a sonhar A imaginar Ter o mundo na mão Por isso... Sonha e canta criança Que nós precisamos da tua canção

PENEDA-GERÊS (A Arder)

Vem o ribeirinho da nascente Pla encosta verdejante, à desfilada Num fio cristalino, quase nada Que há-de matar a sede a muita gente Rompe o silêncio, pela penedia Crocito de predador, lá no alto Outros animais em sobressalto Se escondem no escuro em pleno dia Peneda-Gerês, Natureza pura Mas o belo, inimigos tem De outra natureza insegura De onde quem, por interesse ou prazer

ENTRE MARGENS I e II

Limite    curva longa sinuosa    mar    areia Cópula    maré-cheia    discórdia    baixa-mar Prazeres    pés molhados assentes na areia Sofia    Mau Tempo no Canal     Moby Dick Elegia    rosas flutuando    amor naufragado Cantata de borrelhos pelos golfinhos mutilados Exibição    bícipes    seios entumescidos    alteres     silicone Chapéus    sol    sombra    línguas da sogra    pernas de pau Avisos    recipientes    beatas em terra    beatas no mar Sirene    respiração artificial    óbito Dunas    corpos inflamados     voyeurismo Entardecer    pupila rutilante extinguindo-se no oceano
Traço espesso grafite sobre a pele do planeta Recta infinita    curva sinuosa Cheiro a fralda das filhas do petróleo Borracha assada Cavalos mais velozes que pégaso Cruzam-se    despistam-se    chocam-se    sangue    óbitos Sirene    alerta    infracção    multa Sirene    abrir ala    vida nova    morte anunciada Topo de gama    exibição    luxo    estatuto Entre espaços físico temporal A amante    o amante    mulher marido traídos Intriga    jura     catarse     bajulação Projectos    negócios    compra    venda    corrupção Lenocínio    proxenetismo    prostituição Voar baixinho 190 à hora

O MAR...O MAR!

Sublimas o mar No que nele quiseres ver Cavalos marinhos em cristas de ondas Asas brancas, crocitos agitados Pescadores, véus de viúvas Sublimas o mar Se nele lavares mãos, rosto, alma Se mais o salgares Abrindo as comportas dos teus olhos E verteres a seiva de teus poros Sublimas o mar Se desceres aos subterrâneos de corais E te encantares com fundos arcos-íris Espantosamente vivos, coloridos Se afagares peixe que te cheira e admira Sublimas o mar Se respirares brisas volúveis, bafos de sereias Se nele não derramares a tua indiferença

ALGURES NO COSMOS

Montou cavalo sideral Deu-lhe urânio, cavalgou Por nebulosa em e spiral Num cais de prata atracou Mestre, de barba violeta A imberbes dava lição Historiava um planeta Extinto por explosão Que tivera rios vistosos Com peixes de espécies várias Animais maravilhosos Rouxinóis com lindas árias E altas montanhas nevadas Lagos e vales floridos Chuva, manhãs orvalhadas Mel e frutos coloridos Um dia, seres pensantes Inventam o fogo e a roda Vieram séculos brilhantes E a insensatez por moda Ignorantes, não entenderam Que o egoísmo gerava a guerra Tiveram tudo... e perderam Belo planeta era a Terra

Imagem de Kevin Carter

MCFernandes ESTOU CANSADO DE SER POETA  Estou cansado de rimar  Flor com amor  Coração Paixão  Ciúme Qeixume  Abelha Aselha   Estou cansado  Desencantado  Com palavra redonda polida  Incapaz de esgravatar Feridas da vida   Não sei como rimar  Menino barrigudo de fome  Olhos secos de nada  Narinas-postigos de moscas!

DA ESQUINA BRUTA

Poetas, poetas, do meu país vilipendiado Com imagens, metáforas Arredondais esquinas de pensamento revoltado Adoçais meu coração Por tanto, minha gratidão! Mas suspeito que a revolta se estende a vós Porque lutaram nossos avós? E soldados, recusando sepulcros africanos Ressarcindo outros e nós, de penosos danos?! Depois de uma Vila Morena Redigiram liberdade com viva pena E foi um festim de utopias Sarámos dores por futuras alegrias Escancarámos repetida ingenuidade Confundimos o campo, o mar e a cidade Disseram-nos: acabou-se a localidade! Mas, oh! nas capitais os cadeirões São sempre dos mesmos figurões! Que nos sugam Nos espremem até ao tutano Em sorrisos brancos Depois dum whisky e dum habano Poetas, poetas, do meu país Não, a mais poemas com esquinas arredondadas! Da esquina bruta Golfadas de nosso sangue, de nossa luta!

OH, COMO GUERRA JUNQUEIRO É TÃO ACTUAL!

                                                                    Imagem de MCF                                                                                     Correcção: "...que o vai sugando"

A B ANDA DA MINHA TERRA

Na minha terra há uma colectividade Que tem uma banda filarmónica E, ao lado, há outra terra que tem duas colectividades Cada uma, com sua banda Duas terras e três bandas Mas para que servem? Presumível interrogação do Poder Que, para a Defesa, distribuíu fortuna inquietante Para modernização armamentista E foi incapaz, de pelo menos Subsidiar a aquisição de um novo trombone Para a banda da minha terra Pois, o

MÃOS LIMPAS

MCFernandes Abriu as suas mãos e nada viu  Nem rosas, nem tesouros  Apenas, a pele pigmentada de sonhos  Sobre carne, músculos e ossos   Anos mais tarde, voltou a abri-las  E continuou a não ver nada  Nem sequer a pele pigmentada de sonhos   Somente, a pele calejada Sobre carne, músculos e ossos   Porém, mais atento, reparou   Que estavam absolutamente limpas

A ONDE?

A onde param as minhas lágrimas E o coração ao pé da boca Por coisa grande, por coisa pouca? Emoções incontidas Frontais, nunca escondidas! A onde estás ingénuo fervor De quem quer abarcar o mundo No que ele tinha de melhor Até ao âmago profundo? A onde estais olhos boémios Em noites frias, em noites ternas Onde os pubs eram lanternas Que iluminavam um amigo Em proble

ESTRELA DO MAR

Na claridade da manhã Uma estrela do mar Navega suavemente Por límpidas e calmas águas Depende a sua e a minha vida De outra estrela Que se vislumbra Sobranceira à linha de horizonte Seus movimentos, simples, harmoniosos Transcendem-se na transparência oceânica Em breve morrerá! Mas seu pulsar

SE...AUTODESTRUIÇÃO

Abandonei-me no vento Desprendi meu pensamento Na luz de estrelado manto Vesti-me d'asas estranhas Sulquei rios, alei montanhas Pousei num ramo d'espanto Vi homens e mulheres, nus Viviam de frutos crus Folgavam com animais Não tinham livros, sabiam Nem comprimidos, morriam

Cavaleiro da Esperança / Knight of Hope

MCFernandes Ó cavaleiro da esperança  Qem te armou cavaleiro  Pela paz fez-te guerreiro  Eu te peço: Deixa-me a paz dormida Que da paz acordada  Todos os dias se fala   Para justificar a guerra  Deixa-me a paz dormida  A que os poetas  Cinzelam nas pétalas das rosas  E nas asas das borboletas   Deixa-me a paz dormida  Para que meus olhos  Se liquidifiquem de maresia  Com cânticos de búzios  E viagens de hipocampos  Deixa-me a paz dormida  A que repousa de mil batalhas  A que exorta à tolerância  E emudece bocas de espingardas   Deixa-me a paz dormida  A paz adormecida  Entre peitos geminados  E de amor saciados   KNIGHT OF HOPE O knight of hope Who armed knight I made peace warrior I ask: Let me sleep in peace What peace agreed Every day we talk To justify the war Let me sleep in peace Wath poets Chisel the petals of roses And on the wings of butterflies Let me sleep in peace For my eyes If liquidise of the tide With songs of shells Travel and seahorses Let me sleep in peace In

Momentos de poesia na tertúlia

Tertúlia Os Poetas e Trovadores São Eternos

Lua Voyerista

Olá, Cibernautas! Continuo na minha: bonomia é que é preciso. Aqui vai LUA VOYERISTA Pela noite adentro Gemidos, ais, suspiros No loiro trigal Tropel de promessas Prazer carnal E a lua voyerista Desde tempos imemoriais Descarta patéticas juras Entre casais Tudo é efêmero Sem data limite Desdiz-se hoje, o ontem dito Depende tudo do apetite E, oh também, do acepipe!

O AMOR GIRA, GIRA

Linha reparadora do estado de alma

Cópula

Meia-Idade

PESCAR AO LARGO, MUITO AO LARGO, ordens da Comissão Europeia

CÍRCE

Será que os valores estão ultrapassados?Serão arcaicas as palavras verdade, justiça, dignidade, pudor?... E as noções/acções delas intrínsecos submergiram no pântano da indiferença? Circe Tivesse eu a aura de Ulisses Herói de Tróia Domador de Ciclope Polifemo Para te ordenar: Que à semelhança de teus feitiços Na Ilha de Eana Exercesses tua magia E transformasses em porcos Todos aqueles que apelam ao voto A troco de promessas E, depois de eleitos, não cumprem Numa amnésica distracção de ética Circe Como apêndice à minha ordem Sugeria que todas as Penélopes As de Homero e outras Fossem exaltadas Confrontando certa audácia feminista De figuras vazias, mediatizadas Que semana a semana, quais lepidópteros Polinizam sem rebuço , sem pudor Diversificada flora peniana

ANJO NOCTURNO

      Foto Net                                                                                                          Leva-me contigo Lindo anjo nocturno Uma estrela me aguarda Num anel de Saturno Caíu da Via Láctea Nele ficou suspensa É a estrela do meu destino A estrela da minha crença Comigo acredita Que o homem universal Será a imagem do bem Jamais a imagem do mal Construirá outro mundo sem guerras opressões E o amor vingará Em todos os corações Leva-me contigo Lindo anjo nocturno                                                                                                                 Manuel Correia Fernandes

Armas de destruição maciça

Então, este homem não responde perante o Tribunal Penal Internacional? Destrói-se um país soberano a pretexto de uma mentira, e não há responsáveis?! Como as escutas estão na berra, revelo-vos esta, tendo como principal protagonista o fotografado de sorriso angelical. Senhor presidente É premente Fiquei doente "Armas de destruição maciça": Niente! Vasculhámos tudo Senhor presidente Buracos do passado Buracos do presente Até de toupeira E:nada, nada, nada! Com martelo e enxada Com satélite Raios gama e violeta A escopro e picareta Tira-linhas e caneta E: tudo na mesma Nem sequer avanço de lesma Chiça! Chiça! Chiça! Há armas de destruição maciça! Falo com Deus que Me dá o pão E também o sal Dele tenho o sinal Contra as forças do eixo-do-mal Há armas de destuição maciça! Bem, se dizeis senhor presidente É porque as há, realmente Mas... dos espiões Do imberbe ao barbudo Do azarento ao sortudo Por portas real e postiça Não encontraram as ditas De destruiçao maciça Quem é o preside

Esopo Pantagruélico - Confissão da lebre

Esopo armadilhara Com apetitosa febre Covil onde lobrigara No descanso, gorda lebre "Com feijão branco, que bom!" A lambia em pensamento Mas a dita tinha o dom De evitar ser alimento Gorada a intenção Eis Esopo furibundo Pela pena, qual arpão Outra fábula deu ao mundo Assim, entrei em contenda Fez-me correr. Já sem sopro Bati lebre, parca merenda Para vingança de Esopo!