O TROMPETISTA
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foto Net Pelos lábios esmagados no bocal À semelhança de beijo profundo, de adeus ou de chegada Soltam-se notas, distinguidas pelos pistons Acariciados com a fremência de dedos Na descoberta de róseos cúmulos em seios tumescentes Notas simples, umas; outras, obesas de sustenidos ou anoréticas de bemóis Cantam odes à primavera Pintam arcos-íris Constroem catedrais de amor E retiros para elegias à vida, ao recato, ao sofrimento... Por olhos fundos de menino sem infância O trompetista agasalha a alma No calor dos aplausos ao valor da sua actuação ...