imagem de MCF No manto do tempo estampo amarelos cor de goivos do canteiro da minha memória Amarelo o sol na distância de 149 milhões de quilómetros Amarelado, o lugre álacre passarinho num galho da minha infância de canto mavioso anunciador de crepúsculos matinais Amarela a tez de Guilherme no rosto grave lavrado de canseiras e brutalidade Seviciado no Aljube por não transigir quanto aos seus ideais Cor que ainda hoje conservo no pesaroso castanho dos meus olhos Amarela a cor magoada da folha de plátano supressora do verde esplendoroso primaveril pressentindo preocupações de Noé e lâminas de água geradas a zero graus que queimam sem fogo montes, vales, planícies... Amarela a fita que escolho para enfeitar caixinha com lembrança para ter de retorno um feliz sorriso de criança Manuel Correia Fernandes