Poetas, poetas, do meu país vilipendiado Com imagens, metáforas Arredondais esquinas de pensamento revoltado Adoçais meu coração Por tanto, minha gratidão! Mas suspeito que a revolta se estende a vós Porque lutaram nossos avós? E soldados, recusando sepulcros africanos Ressarcindo outros e nós, de penosos danos?! Depois de uma Vila Morena Redigiram liberdade com viva pena E foi um festim de utopias Sarámos dores por futuras alegrias Escancarámos repetida ingenuidade Confundimos o campo, o mar e a cidade Disseram-nos: acabou-se a localidade! Mas, oh! nas capitais os cadeirões São sempre dos mesmos figurões! Que nos sugam Nos espremem até ao tutano Em sorrisos brancos Depois dum whisky e dum habano Poetas, poetas, do meu país Não, a mais poemas com esquinas arredondadas! Da esquina bruta Golfadas de nosso sangue, de nossa luta!