O TROMPETISTA

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Pelos lábios esmagados no bocal
À semelhança de beijo profundo, de adeus ou de chegada
Soltam-se notas, distinguidas pelos pistons
Acariciados com a fremência de dedos
Na descoberta de róseos cúmulos em seios tumescentes
 
Notas simples, umas; outras, obesas de sustenidos ou anoréticas de bemóis
Cantam odes à primavera
Pintam arcos-íris
Constroem catedrais de amor
E retiros para elegias à vida, ao recato, ao sofrimento...
 
Por olhos fundos de menino sem infância
O trompetista agasalha a alma
No calor dos aplausos ao valor da sua actuação 
 

                                                                                    Manuel Correia Fernandes


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