O MEU AMOR AINDA DORME

                                                         foto Net


O meu amor ainda dorme
nesta manhã feita de risos
para a qual não há bocas de espingardas;
só bocas para falar de amor
Não há dedos para gatilhos
só dedos para acariciar

Nesta manhã
sob o tecto da Graça
do verbo amar
o presente florido
e não, o perfeito estiolado

Nesta manhã
há crianças felizes
há mulheres felizes
há homens felizes
há anciães felizes...
Os agiotas do empobrecer
vão falindo à falta de clientela

Nesta manhã
sons profanos:
áceros gemidos do 28 pelos carris da CARRIS
assobios do padeiro
grasnares de gaivotas desiludidas com o Tejo...
Numa simbiose encantatória
decantam na concha do meu ouvido

Nesta manhã
um olhar diferente
para a grande estrada de água a meus pés
Hesito
entre subir numa falua aos Avieiros de Alves Redol
ou descer ao Atlântico na companhia tágides camonianas

Enfim...
como um afecto pode transformar manhã macilenta
em radiosa manhã  

                                                                                               

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