Frei Justo “O licoreiro”


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 Vêm andorinhas

Com primaveras nas asas

De regresso a suas casas

Rumam ao beiral

De velho mosteiro

Onde frei Justo Salvador

Aprimora novo licor


Olha frei Justo

Para o Redentor

Estalo de língua 

Quase um primor


O sol meio adormecido

A caminho devagarinho

Ameniza verdes campos

De entre ovinos balidos

A cotovia em sustenidos


Alheado do ambiente exterior

Continua frei Justo a todo o vapor

Afã de tarefa 

Na branda mão

Outra pitada de açafrão

Lança no caldeirão


Antes de nova prova

Fixa-se em Jesus

De pensamento

Liberta-o da cruz

Reverente sinal

Agora sim: está divinal!

(O licor, claro)

No dia de Sant’Amaro


Em pináculo Serrano

Em austero mosteiro

Frei Justo se sente 

Justo por inteiro

Paz sem despique

Só ele e o alambique


Sem quotidiano

De látego e açoite

Abraça a aurora

O dia e a noite


Nem pio de coruja

Desperta frei Justo

Em retiro aluarado

Sono ajustado

Faz do seu licor

Licor afamado


Mais afamado será

Em anual romaria

Pois render-lhe-á

Generosa maquia


Para a consagrar

A nova poção

Com estranhas ervinhas

E dentes-de-leão

                                                        

                                               MCFernandes


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