Silenciosamente partiste
Espelho de sol
desabrigando-se de sua sombra
Na tempestade dos sentidos
em cada nuvem
continua inscrito o teu nome
caligrafado de resignada tristeza
Ainda durmo
na cama acolchoada de sonhos impossíveis
Ainda guardo nossos enlevos
bordados em alvos lençóis de inacessível ternura
A tua ausência
é uma espada cravando mansas dores
num peito aberto de suspiros e noites inacabadas
Há muito que pretendo caminhar
mesmo pela espuma de um amor caído
mas continuo retida num ilusório regresso
qual borboleta aprisionada em terna crisálida
M.C.Fernandes
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