CAIXA DE PANDORA


Atrais-me, fervilha-me a curiosidade
Alguém disse:
se a abrires expões o mundo a todos os males
Mas a curiosidade é tanta
e a febre pelo desconhecido imensa
que não quero resistir
Depois de todas as calamidades causadas pelo homem
que mais poderá conter caixinha tão apelativa?
Estou convicta que está cheia de mofa
quando a abrir
desatamo-nos todos a rir
uns dos outros
Será um riso pegado entre sábios, pretensos sábios e ignorantes
entre prostitutas, mulheres sérias e menos sérias
entre empresários e assalariados mais ou menos explorados
entre o decoro e a sem-vergonha
entre quem governa e os que se governam desgovernando
entre reis e pretensos reis, porque a democracia já não é o que era
ou nunca foi o que deveria ser
entre os que lavam almas de pecado e as enodam para voltarem a lavar
entre os que criticam, criticam, e nada fazem para deixar de criticar
Face a tanta incongruência
Chico no zoo, resolve-se com o escudo do costume:
Não ouço, não falo, nem quero ver!
E o alienado bramará:
E o louco sou eu, seus merdas?!

                                                                                                       Manuel Correia Fernandes

                                                                                            

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